Nessa semana em que comemora-se o Dia Mundial do Oceano, me pego aqui a pensar como seria lindo se todas as crianças tivessem a oportunidade de conhecer o mar... Quão vasto elas poderiam imaginá-lo? Como contariam a experiência de vê-lo pela primeira vez?
Então me chegam as palavras de Sylvia Earle, a pesquisadora e mergulhadora, que durante mais de quatro décadas luta em defesa do oceano, a nos dizer que mesmo que jamais possamos ver ou tocar o mar, ele nos toca a cada vez que nossos pulmões se enchem de ar, a cada gota de água que bebemos ou a cada alimento que ingerimos. Somos todos dependentes dele para existir.
A oceanógrafa norte-americana é um dos nomes mais ativos na luta pela despoluição dos mares com o seu projeto Mission Blue. Tive a feliz oportunidade de assistir sua palestra quando visitou o Brasil em 2018 para lançar por aqui o seu livro A Terra é Azul – Por que o destino dos oceanos e o nosso é um só? Recomendo essa leitura que nos fala sobre o oceano, que retém 97% da água da Terra, e sua importância na absorção do carbono e regulação do clima, sendo abrigo para a maior abundância e diversidade de vida no planeta, da superfície banhada pelo Sol às maiores profundezas da qual sabemos muito pouco.
Nessa época, eu já estava com a campanha #PorAmorAomar em movimento nas escolas, a fim de propor o enfrentamento da crise global do lixo plástico a partir do ambiente escolar. Me lembro de ter deixado o local do evento, me sentindo ainda mais fortalecida em meu propósito, maravilhada diante da potência de seus 85 anos dedicados a expedições científicas e à defesa da criação de áreas marinhas protegidas, sendo muitas vezes a única mulher a bordo. Uma inspiração para meninas-cientistas!
No quarto livro Retratos, da Coleção de livros infantis Somos Todos Viajantes, da qual sou autora e que contou com a participação da ONU Meio Ambiente, oferecemos uma máquina fotográfica para Lalá Balena - nossa baleia protagonista, para que pudesse nos retratar o mar, a partir do seu olhar.
Na foto, Sylvia Earle se prepara para um mergulho-teste em 1979, para descer nas partes mais profundas do oceano, podendo respirar debaixo d’água.
Como as crianças se imaginam navegando por esse universo?
Claudia Lima
Para as famílias:
Além da viagem pelo imaginário, a literatura infantil possibilita bons papos pós-leitura, em família. Como é o mar que desejamos?
Para as escolas:
Pode gerar um plano de aula a fim de mobilizar a curiosidade, a criatividade e o espírito investigativo dos alunos, além da possibilidade de uso de recursos tecnológicos como meio – para construir o conhecimento, e como finalidade – para soluções criativas.
Essa construção passa pela leitura e por atividades artísticas para expressar o imaginário.
Uma questão-problema pode promover inter-relações entre causas e impactos, além de potencializar comportamentos de consumo mais sustentáveis.
Comments